A Mensagem

by - quarta-feira, janeiro 23, 2013

Créditos: Google Imagens
Passou tantos anos para que pudéssemos ter algum contato novamente. Admito que me assustei um pouco quando vi tua mensagem. Temi em abri-la, e depois de lê-la, temi responde-la. O que eu poderia responder,  além de que estava bem? Deveria perguntar algo sobre você? Obvio que sim, por educação, claro. Mas deveria fazer mais alguma pergunta? Dessas que a gente faz sobre as novidades, o emprego, a família. Ou daria um simples: "Estou ótima e você?" e então, esperaria uma nova mensagem tua iniciando uma conversa. É, é isso que irei fazer. Te responderei que estou ótima e perguntarei sobre ti, finalizando com a frase mais clichê que existe quando nos reencontramos com alguém, "Quanto tempo!". Enviei. 

Ainda estou assustada com esse interesse repentino por notícias minha, mil e uma coisas estão passando por minha mente e não sei o que fazer. Tentei refletir sobre o que faria. Mas de nada adiantou, essa minha mente confusa não me deixa alinhar os pensamentos. Incrível como uma simples mensagem tua pode gerar um mar de sensações em mim. Me trouxe borboletas no estômago, fiquei tremula, foi todo aquele sentimento de nervoso que senti quando nos beijamos pela primeira vez.

Ouço o alerta de mensagem. É você. Mas outra relutância em ler. Curiosa que sou, leio. "Estava vendo o seu filme predileto e lembrei de você. Bateu saudade, já faz tanto tempo. Por que se afastou de mim?". Li a maldita mensagem umas cinco vezes só para confirmar cada palavra  que havia ali. Mas que merda, não era para ter lido. Como tu pôde me perguntar isso? Se me afastei tive motivos e você sabe muito bem cada um deles. Agora lembrei que estar contigo é sinônimo de paciência, de querer te matar e não poder. Tantas perguntas à se fazer e tu me vem logo com "Por que se afastou de mim?". Juro que se tu estivesse agora em minha frente eu te esganaria. Afastei, porque já não aguentava as tuas desculpas e mentiras, tuas reclamações sobre a vida, dos finais de semana na companhia de mulheres que faço questão de nem saber quem eram. Me afastei por ainda haver um pouquinho de amor próprio aqui dentro de mim, que mesmo te amando era necessário para que eu não sofresse mais aquela humilhação ridícula que eu teimava em passar já há 6 meses.

Respirei fundo e apenas digitei "O trabalho tem exigido muito de mim". Enviei. Não seria eu que iria tocar no passado. Estou cansada demais para passar por tudo isso novamente. Eu sei que tu não esqueceu e só perguntou para ver o que eu falaria. Eu te conheço.

O alerta da mensagem tocou novamente. Olhei para a tela do celular e pela primeira vez não fiquei ansiosa com uma mensagem tua. Li. "Entendo. Estou na cidade e ficarei aqui até a noite. Meu voo é de madrugada e antes de ir gostaria de te ver. O que acha de um jantar naquele restaurante japonês agora a noite?". Mas que capacidade é essa, agindo como se nada tivesse acontecido e ainda sugerindo jantar no meu restaurante favorito? Tu não me pediu nem desculpas por ter me feito passar por tudo aquilo e agora depois de um ano me aparece fingindo estar tudo normal. Ora essa, não vou. Sei qual teu interesse nesse jantar e não vou. Respondi a mensagem com uma certa raiva por aquele convite, que de uma certa forma me feriu. "Desculpa, mas terei que fazer plantão agora a noite no hospital. Quem sabe na próxima. Adeus." Enviei.

Coloquei o celular no criado mudo e deitei na cama. Meu corpo pedia por descanso que não tinha há doze horas e minha cabeça já estava a ponto de explodir. Fechei os olhos relaxando e como num sussurro involuntário falei "O plantão é amanhã mas ele não precisa saber disso". E dormir.

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4 Comentários

  1. Tu escreve bem demais menina! Adorei.

    Beijinhos
    http://pixievioleta.blogspot.com.br

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    1. Obrigada, mas tenho muito o que aperfeiçoar ainda. hehe ♥

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  2. Você escreve muito bem parabéns!
    Espero você no meu blog,beijos
    princesadavida.blogspot.com.br/

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