Meu Medo
Agora é apenas eu, entre essas quatro paredes. Apenas eu aprisionada em um cubículo, com medo do que há lá fora, um mundo do qual tenho medo. Tenho medo do presente e futuro, do que possa acontecer comigo e com quem amo. Amo pessoas, objetos - não que eu seja materialista, porém gosto das minhas coisas e cuido delas - e animais.
Estou sozinha num mundo onde o que reina é aquele que é forte, é quem tem dinheiro e poder; Se eu não tiver nada disso sou considerada fraca e às vezes, confesso, é inútil lutar. Minhas forças estão diminuindo a cada luta, a cada tentativa de querer arrumar um cantinho ao sol.
É, é isso que quero. Um cantinho ao sol. Também quero poder usufruir disso que vocês chamam de liberdade, pois minha vida entre essas quatro paredes desbotadas é um martírio. Quero sentir o calor do sol em minha pele, poder sentir o cheiro da terra molhada, ouvir os pássaros cantarem... mas espera, agora lembrei o por quê de estar aqui dentro. É que tenho medo!
Lembrei que decidi ficar aqui para me proteger, me proteger das coisas ruins que há lá fora e para me proteger principalmente do amor. Ah, como é traiçoeiro esse sentimento. Entreguei tantas vezes meu coração achando que finalmente havia encontrado minha alma gêmea, mas não, me enganei em todas elas.
Sortudo é aquele que ama e é amado. E infelizmente não nasci para viver esse sentimento.
Não. Me deixa agora ficar aqui no meu cantinho. Imaginarei o sol tocar minha pele, imaginarei como é o canto dos pássaros nos dias ensolarados, imaginarei o cheiro da terra molhada. Só agora percebi que o meu cantinho é o mais seguro dos lugares, é onde o amor é incapaz de aparecer e me fazer sofrer. É um trauma tão grande este meu de querer amar, que desisti de tudo e de todos apenas para me salvar.
2 Comentários
Você escreve muito bem *-*
ResponderExcluirhttp://garotaociosa.blogspot.com.br/
Obrigada Ana!
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